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Largando o Pet Deck
Se livrando da barreira do baralho de estimação.
08/11/2017 10:00 - 6.171 visualizações - 12 comentários
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Bruno Ramalho, 14 anos, sétima série, caminhava até o apartamento de seu vizinho num sábado qualquer, mal sabia ele o que o aguardava. Cinema era o plano da noite, Bruno, Thiago e seus amigos iriam assistir Ultimato Bourne, como o filme só começaria dali umas boas horas, Thiago decide apresentar um jogo novo para o pequeno Bruno, esse jogo era conhecido por Magic: The Gathering , e naquele momento a vida desse pequeno gafanhoto mudaria para sempre.
 
Fast Forward para 2017, 10 anos depois, muitas idas e vindas com o jogo, o Bruninho virou Bruno_Orelha e os sonho de classificar para o Nacional se transformou em classificar para um Pro Tour, o deckzinho de Rato virou um Esper Control e a vontade de jogar só cresce a cada dia. Os torneios estão cada vez mais competitivos, informações sobre o jogo podem ser acessadas por qualquer um e hoje, mais do que nunca, é possível viver de jogar Magic.
Cada jogador tem seus próprios sonhos e objetivos, mas todos que desejam alcançar um alto nível de performance devem aprender uma coisa: Se adaptar.
 
Muitos torneios são definidos não só pelos bons jogadores que os jogam, mas também pela escolha do deck. Quem nunca jogou um torneio com um deck X, foi mal, e quando jogou outro torneio com o field similar, mas desta vez com outro deck, não foi bem melhor?
 
Pois bem, hoje vamos falar sobre a primeira escolha mais importante que você pode fazer ao jogar um torneio: O deck!!
 
Faça o que eu digo, não faça o que eu faço
 
Sou conhecido como o cara dos Pet Decks, tendo jogado de Lands e Death and Taxes no Legacy por 7 anos e não abandonei meu querido Valakut no Modern (RUG Scapeshift e depois migrando para o GR Titanshift). Gosto de manter meus pet decks não só por serem divertidos de jogar, mas por serem os decks que mais consigo explorar o potencial, por estar há tanto tempo com o deck eu sei todos os ins e outs, todas as jogadas específicas contra os arquétipos do field e consigo fazer mudanças no main/side com convicção de que são as melhores opções para aquele momento. Ter um pet Deck não é problema nenhum, não saber quando mudar de deck é o verdadeiro problema.
 
A Oportunidade bateu à sua porta
 
Durante algum tempo eu tive aversão à tier decks. Pensava comigo mesmo: “Ah, não preciso disso para ganhar, conheço meus arquétipos de ponta a ponta”. Mas eu não contava com a mudança do formato, tornando meus Pet decks escolhas ruins/não tão boas.

No começo do ano de 2014, alguns meses depois de True-Name Nemesis ser lançado, ocorreu um side event com premiação bem alta no domingo do GP SP, no entanto, eu sentia que minha versão de Death and Taxes estava ruim para um field lotado de mini-Progenitus, decidi então arriscar jogar de Miracles, o meu medo era que eu jamais havia jogado um torneio grande com um deck que não tivesse Porto de Rishada. Long Story Short: Joguei de Miracles mesmo estando inseguro, consegui um ótimo resultado, ficando em 9º por desempate num torneio de 146 jogadores. Este resultado me animou tanto que resolvi testar diversos decks que eu tinha medo de usar por estar fora da minha zona de conforto: RUG Delver, Nic Fit e até High Tide.
 
A decklist que usei, apenas para referência e notar o quão diferente era da minha zona de conforot, D&T.
 
UWr Miracles
Por Ruda
 
08/11/2017
R$ 14.652,36
R$ 26.977,71
R$ 133.424,48
 
08/11/2017
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (4)
2   Mago da Conjuração-relâmpago   56,95
2   Facção Vendilion    13,99
Planeswalkers (4)
4   Jace, o Escultor de Mentes    109,99
Mágicas (23)
4   Espadas em Arados  4,00
2   Perfurar Mágica  0,39
2   Ponderar  6,32
4   Tempestade Cerebral  5,78
2   Contramágica   5,40
1   Súplica aos Anjos      3,57
4   Força de Vontade    328,83
4   Terminus    2,25
Artefatos (4)
4   Tampo de Adivinhação do Sensei  75,89
Encantamentos (3)
2   Contrabalançar   54,77
1   Esfera de Detenção    0,50
Terrenos (22)
4   Ilha 0,00
1   Karakas 149,99
4   Lago Alpino Fervente 130,00
2   Meseta Árida 84,15
2   Planície 0,00
4   Praia Inundada 92,95
3   Tundra 1.580,91
2   Volcanic Island 2.900,00
60 cards total

Sideboard (15)
1   Montanha 0,00
1   Explosão Elemental do Vermelho  15,20
2   Explosão de Chamas  19,95
1   Contrabalançar   54,77
2   Descanse em Paz   4,46
3   Místico Litoforjador   89,75
1   Espada de Banquete e Fome  89,99
1   Facção Vendilion    13,99
1   Venser, Sábio Modelador    3,50
1   Crânio-Marreta  14,85
1   Desgastar // Rasgar    //  2,50
 
A Hora da Mudança.
 
Não estou dizendo que você deve largar de vez seu pet deck e pular de cabeça direto para um tier 1. Vamos ser realistas, nem todo mundo tem condições financeiras de ficar mudando de deck (seja lá qual formato essa pessoa jogue), se possível, pegue emprestado com algum amigo apenas para testar e tentar se identificar melhor com o deck, mas não mude de deck apenas por mudar, tenha um plano em mente:
 
O novo deck ataca o field de maneira diferente?
Tem mais good matchups/menos bad matchups?
Mudar de deck vai te deixar mais seguro?
 
Se a resposta for sim para qualquer uma dessas questões, arrisque mudar, no mínimo vai te deixar mais seguro de jogar com seu baralho habitual.
 
“Ah, mas eu não gosto…”
 
Guillaume Wafo-Tapa é um pro player conhecido por ser o mestre dos controles, ele só joga de control, o que significa que sempre que houver um control bom no field do Standard ele provavelmente irá se destacar, o problema é que quando control não for bom, ele continuará jogando e terá poucas chances de ir bem. Este era o mesmo problema do Patrick Chapin, jogava apenas de hard control independente do field. Chapin teve diversos resultados bons, mas nunca havia ganhado um Pro Tour, foi só em 2014 que ele decidiu se adaptar e jogar com o que era bom, foi aí que ele ganhou o PT Jorney into Nyx e ficou em segundo no Mundial do mesmo ano.
 
Lista usada por Chapin no PT:
 
Abzan, por Patrick Chapin
Por Ruda
 
08/11/2017
R$ 911,03
R$ 2.611,12
R$ 15.286,05
 
08/11/2017
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (18)
4   Cariátide Silvestre   12,35
4   Leão da Juba Lanosa   0,38
4   Brimaz, Rei de Oreskos    58,99
4   Centaura-caçadora de Crufix    3,50
2   Polucrano, Devorador de Mundos    1,60
Planeswalkers (4)
4   Elspeth, Campeã do Sol    6,39
Mágicas (12)
3   Capturar Pensamento  64,90
1   Leia os Ossos   0,15
4   Queda do Herói    0,18
4   Silenciar os Crentes    0,13
Encantamentos (1)
1   Luz Banidora   0,09
Terrenos (25)
4   Confluência de Mana 77,90
4   Floresta 0,00
3   Pântano 0,00
2   Planície 0,00
4   Templo da Enfermidade 0,25
4   Templo da Fartura 0,75
4   Templo do Silêncio 0,71
60 cards total

Sideboard (15)
1   Capturar Pensamento  64,90
1   Vontade dos Deuses  0,10
1   Banquete de Sonhos   0,04
1   Bileputríase   0,10
2   Deicídio   0,10
2   Fulgor da Heresia   0,06
2   Afogar em Mágoas    0,18
1   Leia os Ossos   0,15
2   Sátiro Abençoado    0,20
2   Colosso do Arvoredo     0,20

Nem sempre você vai jogar com o deck que gosta, nem sempre vai conseguir fazer aquele combo mirabolante de comprar 33 cartas com um New Perspectives na mesa enquanto seu oponente está explodindo de raiva de ter perdido para um deck tão tosco. Mas saiba que largar o pet deck vai te fazer crescer como jogador, que vai te dar aquela sensação boa no final do campeonato, aquela sensação de que deu o seu melhor, de que foi prudente na escolha do baralho e que fez o seu melhor, tendo ficado em primeiro ou não. Ninguém vira profissional do dia pra noite, são pontos onde você vai melhorando, alguns mais rápido que os outros, mas a constante mudança te torna um jogador melhor, mais completo e a um passo a menos dos seus objetivos no jogo.
 
Para o topo
 
Na ascensão do RUG Delver(que era conhecido como Canadian Treshold) eu odiava o deck, era o deck to beat, Delver of Secrets (a carta do magic que eu menos gosto) e Stifle​ (a estratégia de mana denial que eu menos gosto), mas precisei emprestar umas cartas para um amigo jogar com um deck e acabei ficando sem opção para jogar fora o Canadian, no começo eu odiava o deck, cada jogada me dava raiva, todo turno que meu Delver não flipava eu tinha vontade de virar a mesa, alguns campeonatos depois eu decidi ignorar o fator “gostar do deck” e comecei a apreciar a maneira que o deck funcionava, sempre tentando dar o meu melhor, obtive alguns bons resultados com o baralho e percebi que invés de não jogar com o tier 1 que eu não gostava eu havia pelo menos tentado e percebido que acabei tendo algum divertimento nisso. Caso eu tivesse pensado “Delver? não!” Nada disso teria ocorrido, tive novas experiências no jogo, entendi como funcionava um deck totalmente diferente e de quebra ainda me diverti bem mais do que imaginava que iria. A partir de então eu nunca mais deixei de mudar de deck quando necessário.
 
Canadian Threshold
Por Ruda
 
08/11/2017
R$ 17.360,28
R$ 34.816,05
R$ 145.821,25
 
08/11/2017
Visualização:
Padrão
Cor
Custo
Raridade
Visual
Grid
CMC
Comprar Deck
Gerar Imagem
Criaturas (12)
4   Investigador de Segredos  2,05
4   Mangusto Ágil  0,08
4   Tarmogoyf   47,99
Mágicas (30)
4   Asfixiar  39,99
2   Cilada Mágica  2,38
2   Perfurar Mágica  0,39
4   Ponderar  6,32
4   Raio  4,67
2   Raio Bifurcado  0,48
4   Tempestade Cerebral  5,78
4   Pasmar   3,96
4   Força de Vontade    328,83
Terrenos (18)
4   Delta Poluído 103,95
4   Floresta Tropical Nebulosa 120,00
4   Terras Ermas 149,90
3   Tropical Island 1.799,90
3   Volcanic Island 2.900,00
60 cards total
 
Para quem jogava só de Death & Taxes e Ramp, coloquei listas de Control e Aggro-tempo, baralhos bem diferentes dos que eu estava acostumado, e posso dizer que isso me fez um jogador melhor, que vê novas linhas de jogo.
 
É uma decisão difícil, mas garanto que vai mudar sua visão do jogo. Crescer é importante, crescer no jogo mais ainda!
 
 
Bruno Ramalho ( Bruno_Orelha)
Bruno Orelha é amante das estratégias de terrenos como Lands, Death and Taxes e Valakut. Capitão do Valakuteam e Youtuber nas horas vagas em www.youtube.com/brunoears.
Redes Sociais: Youtube, Facebook
Comentários
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(Quote)
- 13/11/2017 14:46:20

Valeu Diogão!
Então, eu não gosto de Delver por ser apenas um beater, gosto de criaturas com habilidades e possibilidades para novas jogadas, o Delver no máximo me filtra o topo com uma fetch na mesa. E não gosto de Stifle por, apesar de ser uma carta devastadora, me força a jogar de uma maneira que eu não gostaria em muitos jogos.

(Quote)
- 12/11/2017 18:09:13
Parabéns pelo EXCELENTE artigo Bruno. Algo que queria que dividisse com quem lê aqui, quais motivos levam a não gostar de delver e stifle?
(Quote)
- 09/11/2017 14:38:57

Nem sempre a escolha correta é fácil hahahaha

(Quote)
- 09/11/2017 00:55:27
agora é ruim quando voc tem um deck de estimaçao que te deixa sempre em top 4 pra largar tem que ter muita coragem!
(Quote)
- 09/11/2017 00:54:20
eu tinha medo de usar por estar fora da minha zona de conforto.... até High Tide!!!
esse deck é o melhor deck legacy ele gera desconforto no oponente sempre! quem controla nao!

na época que foi criado esse deck quase tudo dele foi banido e mesmo assim ainda hj é o deck top!

otimo artigo! vou até diversificar mais tambem!
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